segunda-feira, 26 de maio de 2008

O PODER DA MÍDIA



A discussão sobre a capacidade de influenciar as pessoas que os meios de comunicação de massa possuem é desde sempre um dos tópicos mais presentes no que concerne à pesquisa sobre a comunicação. Desde as primeiras teorias acerca desse assunto, onde se acreditava que a mensagem tinha poder instantâneo e absoluto sobre as pessoas, até as teorias mais atuais, onde já se sabe que os meios de comunicação influenciam as pessoas à medida que estas já tenham uma predisposição a essa mensagem, este sempre foi um paradigma constante e amplamente debatido.

O poder que uma mensagem tem de interferir nas opiniões dos receptores depende de vários fatores que se interligam. Antes de mais nada é preciso se atentar ao contexto social, histórico e econômico em que dada mensagem esta sendo veiculada. Em segundo plano é preciso que haja uma análise do grau de conhecimento e estudo da audiência, seu interesse em adquirir informação, a credibilidade do comunicador, a ordem de argumentação da mensagem, o tipo de veículo utilizado, dentre inúmeras outras variantes que interferem no processo de captação de uma mensagem pelo público. Também é preciso ressaltar as diferenças individuais, as características de personalidade que existem entre esses receptores, que fazem com que seja natural pressupor que haverá diferença nos efeitos produzidos a essas mensagens.

No âmbito dos estudos relativos à influência dos meios de comunicação, há inúmeros casos que tentaram explicitar e aplicar de modo empírico estes pressupostos. Dentre os mais notórios, podemos citar O Caso Welles, ocorrido em 30 de Outubro de 1938. Reconhecida como um marco histórico das telecomunicações, a transmissão de A Guerra dos Mundos, encenada pelo grupo de teatro Mercury no Ar, liderado por Orson Welles, entrou para a história por ter levado mais de 1,2 milhão de pessoas a um delírio paranóico, em uma descrição de um ataque de Marte à Terra.
A percepção era de que os eventos durante a transmissão ocorriam ao vivo, embora não passasse de uma dramatização em formato jornalístico. Transmitido na véspera do Halloween, o programa foi várias vezes interrompido por diversos boletins de notícias (falsos) que supostamente cobriam os acontecimentos da narrativa de H.G. Wells. A transmissão foi interrompida de forma crescente, criando-se uma tensão cuidadosamente construída utilizando-se de entrevistas com autoridades e dramáticas descrições dos acontecimentos. Ao final da transmissão o locutor revelou que o programa em caso era uma ficção, mas, apesar do esclarecimento, milhares de americanos se viram aterrorizados pela ameaça extraterrestre, ocasionando uma onda de fugas e de medo pelas ruas das principais cidades.

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